Maio Laranja: Conselheira tutelar cobra melhorias no combate ao abuso infantil em Caxias do Sul

Escrito em 15/05/2025

Durante discurso na Câmara de Vereadores, Priscila Vilasboa de Abreu destacou a urgência de ampliar a estrutura de atendimento às vítimas e alertou que oito crianças são abusadas por hora no Brasil. Em Caxias, 128 casos já foram registrados só em 2025.

O Dia Nacional de Combate ao Abuso e à Exploração Sexual de Crianças e Adolescentes, celebrado em 18 de maio, é o marco da campanha Maio Laranja, que visa intensificar as discussões sobre o tema. Em Caxias do Sul, a conselheira tutelar da macrorregião 1 e advogada, Priscila Vilasboa de Abreu, usou a tribuna da Câmara de Vereadores nesta quinta-feira (15) para alertar sobre a gravidade da situação e cobrar melhorias no atendimento às vítimas.

Priscila enfatizou que a campanha não deve se restringir ao mês de maio, pois crianças e adolescentes permanecem vulneráveis a abusos em diferentes contextos sociais durante todo o ano. “A pauta precisa ser prioridade constante. Enquanto estivermos aqui falando, crianças estão sendo abusadas”, destacou.

De acordo com um dado apresentado pela conselheira, no Brasil, oito crianças são vítimas de abuso a cada hora. Em Caxias do Sul, somente no primeiro trimestre de 2025, 128 casos foram registrados pelo Conselho Tutelar. O número preocupa e revela a necessidade de fortalecer a rede de proteção à infância e juventude.

Apesar da gravidade dos dados, Priscila criticou a falta de uma Delegacia Especializada no Atendimento à Criança e ao Adolescente com funcionamento 24 horas em Caxias do Sul, o segundo maior município do Rio Grande do Sul. “Se uma criança for abusada fora do horário comercial, há limitações no acesso aos serviços de apoio e investigação”, lamentou.

Atualmente, os casos são encaminhados à Delegacia de Proteção à Criança e ao Adolescente (DPCA) e ao Centro de Referência no Atendimento Infantojuvenil (CRAI), mas, segundo Priscila, essas estruturas são insuficientes e precárias. Um exemplo citado foi o tempo de espera para atendimento: “Se hoje precisássemos de um acolhimento no CRAI, ele só poderia ser agendado para agosto”, afirmou.

Além de apresentar o cenário, Priscila sugeriu aos vereadores que visitem pessoalmente as estruturas citadas para verificar as condições de atendimento. Para ela, enfrentar a problemática exige um esforço conjunto. “É um desafio que precisa da participação de toda a sociedade, não apenas dos órgãos públicos. Estamos falando de proteger nossas crianças e adolescentes”, finalizou.

A campanha Maio Laranja segue durante todo o mês com ações de conscientização e mobilização social.

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